terça-feira, dezembro 2, 2025

5G avança, mas só 20% de usuários estão conectados – 02/12/2025 – Tec

Mais de 2.000 municípios já têm cobertura da conexão 5G, mostram dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), mas só uma fração dos usuários está conectada a esta rede por não ter um aparelho de telefone mais moderno.

Ao fim de novembro, exatos quatro anos após os leilões do espectro de rede, o sinal até dez vezes mais rápido do que a tecnologia anterior chegava a 64% da população. A meta para 2027, já superada, era de disponibilidade para 57% da população.

A parcela de consumidores brasileiros conectados à internet rápida, porém, é bem inferior: Cerca de 20% das linhas de telefonia móvel têm acesso ao 5G —eram 55,1 milhões entre os 270,1 milhões de pontos de acesso.

De acordo com o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, as pessoas continuam comprando aparelhos limitados ao 4G por causa do preço menor. “Esse é um tema que a gente tem conversado com o Ministério das Comunicações: como promover a redução dos custos do celular 5G no Brasil”, diz.

A base de aparelhos celulares no Brasil inclui, ao mesmo tempo, dispositivos 2G, 3G, 4G e 5G.

“A rede está aí, construída, é a mais rápida do mundo”, diz o presidente da Anatel.

As três principais operadoras do Brasil —as multinacionais Vivo, Claro e TIM— têm as conexões móveis com maiores velocidades de download do planeta, de acordo com a consultoria internacional Opensignal. Há outros rankings, como desempenho em jogos onlines e qualidade de cobertura, nos quais essas empresas não figuram.

Para Baigorri, o desenho do leilão de radiofrequências foi essencial para a construção célere de infraestrutura. A Anatel escolheu um modelo não-arrecadatório. “Em vez de pagar com dinheiro que vai para o Tesouro, a empresa paga com construção de rede.”

A estratégia permitiu que o regulador impusesse “obrigações muito agressivas” de investimento em infraestrutura, diz Baigorri.

A competitividade crescente no serviço de telefonia também impulsionou o 5G, afirma o presidente da Anatel. “Isso fez que as grandes empresas começassem uma corrida para ver quem tem mais 5G, mais cobertura 5G, mais cidades com 5G, mais ofertas 5G.”

O leilão do 5G abriu caminho para a entrada de novas operadoras no serviço de telefonia móvel com a venda de lotes regionais. Foi o caso dos provedores de fibra ótica Brisanet, Unifique e Copel Telecom. Nesse modelo, o ganhador firmou o compromisso de levar infraestrutura a apenas uma região.

As companhias regionais ainda receberam um impulso da Anatel. O regulador estabeleceu um esquema de transição no qual as grandes operadoras deveriam compartilhar suas torres com as novas empresas até 2030, para que estas tivessem tempo de se estabelecer.

Outro fator que acelerou o avanço da cobertura 5G foi a liberação antecipada da faixa de 3,5 gigahertz, diz o diretor de engenharia da RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa), Eduardo Grizendi. Esse pedaço do espectro de onda brasileiro era ocupado pela transmissão de TV via satélite. Hoje, é por onde passa o sinal do 5G standalone, uma versão ainda mais rápida do 5G.

“O aumento da diversidade das aplicações também contribuiu para a expansão do 5G, em especial, o uso no agronegócio e a implantação de redes privativas pela indústria”, afirma Grizendi.

De acordo com o Ministério das Comunicações, a implementação do 5G no país, que começou em 2022 (três anos depois do início da operação comercial da tecnologia na Coreia do Sul), é um dos mais rápidos do mundo.

Em nota, o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, diz que o avanço do 5G é resultado de uma política pública planejada e comprometida com o desenvolvimento econômico.

“As empresas entendem que o Brasil é um país atrativo para investimentos e com uma economia digital crescente”, afirmou.

Autor Original

Destaques da Semana

Temas

Artigos Relacionados

Categorias mais Procuradas

spot_imgspot_img