Companhias aéreas e passageiros dos Estados Unidos enfrentam neste sábado (2) o segundo dia de cortes de voos em todo o país, enquanto a paralisação do governo federal continua e deve causar ainda mais cancelamentos nos próximos dias.
A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) ordenou que as empresas reduzissem em 4% os voos de sábado em 40 dos principais aeroportos americanos, percentual que deve subir para 6% na terça-feira (11) e chegar a 10% até a próxima sexta-feira (14), caso o impasse persista.
Os cortes começaram na manhã desta sexta (7) e atingem cerca de 700 voos das quatro maiores companhias —American Airlines, Delta, Southwest e United. A redução deste sábado será ligeiramente menor por causa do volume mais baixo de viagens no fim de semana: a United cancelará 168 voos (contra 184 na sexta) e a Southwest, pouco menos de 100 (eram 120).
Durante os 39 dias de paralisação, cerca de 13 mil controladores de tráfego aéreo e 50 mil agentes de segurança de aeroportos têm trabalhado sem receber salários, o que tem elevado as taxas de ausência. Muitos controladores foram avisados na quinta-feira (6) que também não receberão o próximo pagamento.
O governo Trump tem pressionado os democratas no Congresso a aceitar um plano republicano de financiamento para reabrir o governo. Parte da estratégia é usar o risco de um colapso no transporte aéreo para aumentar a pressão.
Os democratas, por sua vez, afirmam que os republicanos são os responsáveis pela paralisação por se recusarem a negociar a extensão de subsídios de seguro de saúde.
O secretário de Transportes, Sean Duffy, disse que pode ordenar cortes de até 20% no tráfego aéreo se a situação piorar e mais controladores deixarem de comparecer ao trabalho.
“Estou avaliando os dados”, afirmou. “Vamos tomar decisões com base no que observamos no espaço aéreo.”
Nesta sexta, as ausências já haviam provocado atrasos em centenas de voos em dez aeroportos, incluindo Atlanta, San Francisco, Houston, Phoenix, Washington e Newark. Mais de 5.600 mil voos sofreram atrasos no dia.
No início da semana, o administrador da FAA, Bryan Bedford, disse que entre 20% e 40% dos controladores têm faltado ao trabalho diariamente desde o início da paralisação.
