A Novonor (antiga Odebrecht) está perto de fechar um acordo com seus credores para vender sua participação de controle na Braskem, uma das maiores empresas petroquímicas do mundo, para um fundo administrado pela gestora de ativos IG4 Capital, disseram pessoas familiarizadas com o assunto à agência de notícias Bloomberg.
Pelo acordo, que poderia ser assinado ainda nesta semana, a IG4 compartilharia o controle da Braskem com o outro acionista controlador atual da empresa, a Petrobras, afirmaram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as conversas não são públicas.
Segundo o acordo, a IG4 assumiria o controle assim que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovasse a transação.
Porém, as pessoas ouvidas pela Bloomberg afirmaram que novas dificuldades para a transação podem surgir, já que as negociações estão em andamento, e a assinatura de um acordo pode ser adiada.
Braskem, Novonor e IG4 não quiseram comentar.
A Novonor ofereceu sua participação na Braskem como garantia para os bancos, incluindo estatais, em empréstimos que se tornaram inadimplentes. A dívida total da empresa chega a cerca de R$ 40 bilhões, dos quais cerca de metade tem ações da Braskem como garantia, disseram as pessoas.
A antiga Odebrecht pediu para manter cerca de 5% da participação da Braskem, mas um acordo em torno de 4% parece estar próximo.
Segundo a reportagem, a mudança de controle e possivelmente de gestores da Braskem levaria os bancos a terem apetite para fazer uma capitalização na empresa, que precisa de liquidez.
Na segunda-feira, a Braskem anunciou acordo com o estado de Alagoas para solucionar uma disputa ambiental. Pelo acordo, a petroquímica pagará R$ 1,2 bilhão, dos quais R$ 139 milhões já foram pagos. O pagamento será feito em 10 parcelas.
A Braskem disse que já tinha uma provisão de R$ 467 milhões para cobrir os danos causados pelo desabamento de uma antiga mina de sal em Maceió, que forçou cerca de 50 mil pessoas a deixarem suas casas em 2018.
