Os Estados Unidos classificaram, nesta quinta-feira (13), quatro entidades na Alemanha, Itália e Grécia de terroristas globais, acusando-as de serem “grupos violentos da Antifa”. O movimento antifascista foi designado pelo presidente Donald Trump como organização terrorista após a morte do influenciador Charlie Kirk.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou em comunicado que classificou o grupo alemão Antifa Ost de “terrorista global especialmente designado”, juntamente com outros três grupos na Grécia e Itália, em um esforço para reforçar o “compromisso de Trump de confrontar a campanha de violência política da Antifa”.
Rubio disse que pretende também designar os grupos como “Organizações Terroristas Estrangeiras” a partir de 20 de novembro e alertou que Washington mirará outros grupos ao redor do mundo.
“Grupos afiliados a esse movimento aderem a ideologias anarquistas ou marxistas revolucionárias, incluindo o antiamericanismo, o ‘anticapitalismo’ e o anticristianismo, usando-as para incitar e justificar ataques violentos em território nacional e no exterior”, disse Rubio.
“Os Estados Unidos continuarão a usar todas as ferramentas disponíveis para proteger nossa segurança nacional e a segurança pública e negarão financiamento e recursos a terroristas, incluindo o direcionamento a outros grupos antifascistas em todo o mundo”, acrescentou.
Trump e seus aliados republicanos acusaram os seguidores da Antifa de fomentar a violência política após o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, em setembro, e em meio a protestos contra as autoridades federais de imigração em cidades como Los Angeles, Chicago e Portland.
Trump ameaçou perseguir a Antifa durante seu mandato de 2017 a 2021 e, em setembro deste ano, classificou a Antifa de organização terrorista por meio de um decreto.
A Antifa, abreviação de “antifascista”, é um movimento descentralizado sem uma estrutura clara, hierarquia de comando ou líder, de acordo com um relatório do Serviço de Pesquisa do Congresso de 2020.
O Departamento de Estado afirmou que o Antifa Ost realizou inúmeros ataques contra aqueles que “percebe como ‘fascistas’ ou parte da ‘direita’ na Alemanha entre 2018 e 2023 e é acusado de ter realizado uma série de ataques em Budapeste em meados de fevereiro de 2023″. Os ministérios das Relações Exteriores e do Interior da Alemanha não comentaram imediatamente.
O serviço de inteligência interna da Alemanha identificou o grupo Antifa Ost como uma rede violenta em um relatório de 2024. Quatro pessoas ligadas ao grupo foram presas entre dezembro de 2023 e novembro de 2024, acusadas de atacar violentamente aqueles que consideravam extremistas de direita.
Embora se acredite que as prisões tenham enfraquecido o grupo, o relatório de 2024 alertou que seus membros continuavam a atacar o partido de extrema direita alemão AfD, que tem buscado estreitar laços com o governo Trump.
Além do Antifa Ost na Alemanha, Washington designou como terroristas a Federação Anarquista Informal/Frente Revolucionária Internacional na Itália, bem como a Justiça Proletária Armada e a Autodefesa Revolucionária de Classe na Grécia. O gabinete da primeira-ministra italiana afirmou não ter comentários neste momento.
Um funcionário grego, que falou sob condição de anonimato, disse que o governo trabalha para minimizar os atos terroristas. “Somos contra qualquer ato terrorista e organização terrorista”, disse ele.
O grupo Autodefesa Revolucionária de Classe afirmou ter realizado uma explosão em abril na empresa ferroviária Hellenic Train. A explosão causou danos leves e ninguém ficou ferido. O grupo também reivindicou a responsabilidade por um ataque em 2024 ao Ministério do Trabalho em Atenas, que também não resultou em feridos.
O Departamento de Estado americano disse que a Justiça Proletária Armada reivindicou a responsabilidade por plantar uma bomba perto do quartel-general da polícia de choque grega em Goudi, em 2023.
