O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça (25) que o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está “inconformado e indignado” com a prisão preventiva por suposto risco de fuga em meio a fase de recursos da condenação de 27 anos e três meses no processo do alegado golpe de Estado após as eleições de 2022.
O parlamentar foi o primeiro dos três filhos autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a visitar o pai na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. De acordo com ele, Bolsonaro segue se defendendo das acusações que o levaram à prisão no último sábado (22).
“Continua muito indignado e inconformado, a todo momento falando como se tivesse se defendendo ainda dessa perseguição que ele sofreu, [dizendo que] ‘o que eu fiz para estar aqui’, ‘fiz uma transição tranquila de governo após a eleição’. […] Fazendo a defesa dele como sempre de, obviamente, não trabalhou para que houvesse nenhum conjunto ou contexto que pudesse motivar qualquer ato irresponsável”, afirmou o senador a jornalistas ao sair da visita.
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Flávio Bolsonaro diz que o pai pediu a ele e a aliados para conversarem com os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para colocar em pauta o projeto de lei que concede uma anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e que pode beneficiar o ex-presidente.
Ele ainda citou a preocupação de que há uma suposta ordem de proibição de levar refeições a Bolsonaro produzidas fora da superintendência. Flávio ainda citou que o pai teme por algum risco na alimentação fornecida a ele pela autoridade.
“Alguém, não sei de quem partiu a ordem, de proibir que a família trouxesse comida dele que é feita com base na prescrição médica, que ele precisa ter uma alimentação especial por causa do fluxo intestinal e das sequelas da cirurgia. Me soou muito estranho que alguém tivesse dado essa determinação para ir contra a medicação que é prescrita pelos médicos, para evitar intercorrências”, disparou.
A Gazeta do Povo procurou a Polícia Federal para explicar a suspeita de Flávio Bolsonaro e aguarda retorno.
Ainda durante a visita a Bolsonaro, Flávio voltou a questionar a ordem de prisão emitida por Moraes com base na vigília que estava sendo organizada por apoiadores e no suposto risco de fuga por violação da tornozeleira eletrônica, e ressaltou que o pai estava sob efeitos de medicamentos.
Moraes ainda sugeriu que o ex-presidente tentaria se refugiar na Embaixada dos Estados Unidos, localizada a cerca de 13 quilômetros de distância do condomínio onde mora, em Brasília.
A decisão monocrática do ministro foi votada nesta segunda (24) pela Primeira Turma do STF e referendada por unanimidade com os votos de Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia.
