quinta-feira, novembro 27, 2025

Sindicatos marcam protesto contra o BC para pressionar pela queda da taxa de juros

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, afirmou nesta quarta (26) que as centrais sindicais do país farão um protesto em frente às sedes do Banco Central para pressionar o Comitê de Política Monetária (Copom) a baixar a taxa básica de juros, atualmente em 15%.

O protesto será realizado em 9 de dezembro, primeiro dia em que o colegiado se reúne para atualizar a Selic, que deve permanecer neste patamar segundo expectativas do mercado financeiro. A manutenção dos juros a 15% na última reunião fez o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, entrar na mira das reclamações do governo e de aliados – ele foi indicado pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda, ao cargo.

“Vamos estar na porta e nas sedes do Banco Central em todo o brasil pra exigir a imediata queda da taxa de juros. Existe um descompasso enorme entre a taxa de juros praticada e a inflação do Brasil, e até economista de direita reconhece isso. E vamos fazer a manifestação pra ver se o Banco Central começa a baixar os juros e parar de sabotar o crescimento do nosso país e a geração de empregos”, disse Nobre.

VEJA TAMBÉM:

  • Em crise com Lula, Alcolumbre marca análise de vetos ao PL do licenciamento ambiental

O anúncio do protesto ocorreu diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a cerimônia de sanção da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, no Palácio do Planalto, em Brasília. Sérgio Nobre ainda classificou a taxa de juros como “escorchante”.

Desde a última reunião do Copom, no começo do mês, Galípolo virou alvo de fortes críticas do governo, inclusive do próprio ex-chefe – o ministro Haddad.

“Tem espaço para corte, não é questão pessoal, é institucional. Não tem como sustentar 10% de juro real com inflação a 4,5%”, afirmou em entrevista à CNN Brasil.

A ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, engrossou o discurso e afirmou que Galípolo “deixou a desejar” por não reduzir a Selic naquela reunião.

Embora a atuação Galípolo como diretor do Copom – cargo que exercia antes da indicação à presidência – tenha sido essencialmente técnica, havia a expectativa de que, uma vez no comando, ele pudesse se alinhar minimamente ao ideal histórico do PT de turbinar a economia a todo custo, ajudando a promover uma redução mais rápida dos juros.

Com a sinalização do Copom de manter a taxa básica de juros em 15% ao ano por um período “bastante prolongado”, o partido tenta administrar o descontentamento interno com Galípolo – chamado por Lula de “menino de ouro” antes da indicação ao BC – e evitar um embate mais pesado.

Autor Original

Destaques da Semana

Temas

Artigos Relacionados

Categorias mais Procuradas

spot_imgspot_img