Na cerimônia em que Lula sancionou a isenção de Imposto de Renda para ganhos de até R$ 5 mil, o grande destaque foi a ausência do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). A alegação é de que ambos estão em desacordo com Lula e decidiram não participar da cerimônia. Porém, se esse afastamento irá ser traduzido no atendimento de pautas urgentes, como anistia aos envolvidos no Oito de Janeiro ou impeachment de ministros, é algo incerto. Este foi o ponto de partida do programa Última Análise desta quarta-feira (26).
O escritor Franciso Escorsim é cético em relação a atitudes mais concretos de ambos os líderes. “Sabe por que que não se coloca a anistia ou a pauta do impeachment de ministros? Porque são moedas de troca. Acredito que essa briga momentânea seja somente um mero teatro”, ele avalia.
Ainda, pairam sobre Motta e Alcolumbre acusações que podem travar suas atuações, com medo de punições pelo STF. O primeiro, por exemplo, é acusado de ter desviado salários de assessoras, com estimativa de desvios que ultrapassam R$ 2 milhões desde 2016. Já o último teria familiares alvos de investigações em esquemas de fraude em licitação e desvio de recursos públicos.
“Os dois têm rabo preso no Supremo. Os dois têm investigações. Eles não vão colocar o futuro deles, não só político, mas pessoal, na reta por conta de quem quer que seja. Nós, do lado da direita, erramos ao apoiar a eleição de duas pessoas com rabos presos desse tamanho nas mãos dos ministros do Supremo”, lamentou o ex-procurador Deltan Dallagnol.
Anistia e outros caminhos
Pairando sobre Brasília, e novamente forte como reivindicação, o tema da anistia surge como alternativa para pacificação social, pressionando Motta e Alcolumbre a agir. “A anistia, no fundo, é uma espécie de pacto político que pode servir para virar essa página da história. Estamos em uma situação em que há uma divisão”, avalia Escorsim.
Dallagnol aponta dois caminhos para os envolvidos nas manifetações do Oito de Janeiro. “No Legislativo, temos a opção da anistia, com a aprovação de uma lei que derrube essas condenações. Já o caminho do Executivo, há o indulto, para casos mais gerais, ou entao a graça, que é o perdão individual para as pessoas condenadas”, ele lembra.
O programa Última Análise faz parte do conteúdo jornalístico ao vivo da Gazeta do Povo, no YouTube. O horário de exibição é das 19h às 20h30, de segunda a sexta-feira. A proposta é discutir de forma racional, aprofundada e respeitosa alguns dos temas desafiadores para os rumos do país.





