O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo federal não considera a privatização dos Correios como solução ao rombo bilionário na empresa. “Não vejo debate dentro do governo sobre privatizar os Correios. Não vejo nenhum ministro propondo isso”, declarou, em entrevista à GloboNews nesta quarta-feira (26).
O petista disse que o governo fez um levantamento e concluiu que “é muito difícil o Estado abrir mão desses serviços, até porque parte deles é subsidiada para garantir a universalização.”
A empresa entrou no Plano Nacional de Desestatização durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Logo após o início do mandato, porém, o presidente Lula (PT) baixou um decreto retirando a estatal da lista de privatizações.
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Os prejuízos da estatal vêm se acumulando desde 2015. No primeiro semestre de 2025, ficou em R$ 4,25 bilhões. Para tentar resolver a crise financeira, Correios e governo tentam autorização para um empréstimo de R$ 20 bilhões. Outra medida a ser lançada é um Programa de Demissões Voluntárias (PDV) mais amplo, com meta de 10 mil desligamentos.
A aprovação do empréstimo bilionário depende do aval do Tesouro Nacional, órgão sob o guarda-chuva da Fazenda. Haddad diz que esse aval depende da apresentação de um plano de reestruturação consistente. “Qualquer solução para esse caso vai passar necessariamente por um plano de reestruturação. Não há como o Tesouro Nacional pensar em algo que não passe por um plano de reestruturação”, defendeu o ministro.
Mas não é só nos Correios que a crise financeira preocupa: o Tribunal de Contas da União trabalha em força-tarefa para avaliar a gestão de nove estatais, incluindo os próprios Correios e a Casa da Moeda do Brasil, além de cinco companhias de docas.




