A Petrobras aprovou nesta quinta-feira (27) um orçamento de US$ 109 bilhões (R$ 580 bilhões) para investimentos nos próximos cinco anos. O valor é 1,8% inferior ao vigente no plano anterior, aprovado em 2024, em resposta à queda das cotações internacionais do petróleo.
A estatal ainda não divulgou detalhes do plano, mas a Folha apurou que houve migração de projetos da carteira de implantação, onde estão aqueles realmente previstos para o período, para a carteira de avaliação.
Isso significa que alguns projetos passarão agora por novas avaliações para teste de viabilidade com preço do petróleo mais baixo.
É o segundo plano de investimentos aprovado sob a gestão de Magda Chambriard. O primeiro, de 2024, previa aportes de US$ 111 bilhões (R$ 600 bilhões), o maior valor desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) após o escândalo de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
De lá até o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a empresa passou a focar na redução de sua dívida por meio da venda de ativos e da maior seletividade nos investimentos, com planos de cinco anos sempre abaixo da casa dos US$ 100 bilhões (R$ 535 bilhões).
A possibilidade de corte já era prevista pelo mercado, diante das perspectivas de menores preços do petróleo pelos próximos anos. “A companhia deve ter que fazer escolhas delicadas”, escreveu no início do mês o analista Daniel Cobussi, do BB Investimentos.
O plano anterior previa que o petróleo Brent, referência internacional negociada em Londres, ficaria, em média, em US$ 83 (R$ 444) por barril em 2025, caindo gradualmente até atingir US$ 69 (R$ 370) por barril em 2029. Na quarta (26), porém, a cotação fechou o dia em US$ 62,54 (R$ 335) por barril.
O petróleo mais barato afeta a projeção futura de receita da estatal. O corte de investimentos é justificado pela necessidade de adequar os gastos a esse cenário, sem mexer na política de dividendos nem estourar o teto de endividamento.





