sexta-feira, novembro 28, 2025

Simone Tebet diz que crise com o Congresso é uma “DR temporária”

A ministra Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento (MPO), afirmou que a crise que o governo está tendo com o Congresso não passa de uma “DR temporária”, em referência ao conhecido ditado de “discussão de relacionamento” entre casais. A rusga vem se aprofundando nas últimas semanas pelos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que impuseram diversas derrotas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A mais recente ocorreu na tarde desta quinta (27) com a derrubada da maioria dos vetos de Lula à flexibilização da Lei de Licenciamento Ambiental, e que o governo estuda recorrer à Justiça.

“Essa DR é temporária, e toda DR demanda paciência, diálogo e saber ouvir de ambos os lados. A hora que serenar um pouco, acalmar, não sei qual a razão principal, […] mas conheço suficientemente os dois [Motta e Alcolumbre]. O maior problema que temos hoje, a maior dificuldade na relação do Poder Executivo com o Congresso, é o terceiro mandato do presidente Lula com a maior quantidade de oposição”, afirmou em entrevista à BandNews TV.

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A crise entre o governo e o Congresso tem dois motivos particulares: a crítica do Planalto à escolha do deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP) como relator do projeto de lei de combate às facções criminosas, de autoria do Ministério da Justiça, na Câmara, e a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF), a contragosto de Alcolumbre.

O presidente do Senado tinha preferência pelo antecessor Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e criticou que não foi oficialmente informado por Lula da escolha.

Desde então, os dois presidentes do Legislativo romperam relações com os líderes do PT e do governo nas duas casas: Lindbergh Farias (PT-RJ), na Câmara, e Jaques Wagner (PT-BA), no Senado, respectivamente.

Relação com Alcolumbre e Motta

Na relação com Alcolumbre, no entanto, Simone Tebet afirma que o político não irá prejudicar o país “por conta de qualquer questionamento”, embora reconheça o comportamento aguerrido do ex-colega de senado por oito anos.

“Eu sei que, às vezes, ele tem algum rompante, mas é equilibrado, sabe ouvir, é democrata, sabe dialogar. E não vai prejudicar o país por conta de qualquer questionamento”, pontuou.

A ministra do MPO também minimizou a crise com Hugo Motta que, na visão dela, foi eleito com votos tanto da base governista como da oposição e, por isso mesmo, tem que pautar projetos de interesse dos dois lados em um Congresso dividido. “Não é uma tarefa fácil, a gente compreende”, completou.

Simone Tebet se disse confiante de que governo e Congresso chegarão a um consenso com a entrada de Lula diretamente nas negociações. Interlocutores de ambos os lados afirmaram contar com o diálogo do presidente para atender a pedidos tanto de Motta como de Alcolumbre, que vão desde emendas parlamentares a cargos no governo.

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