sexta-feira, novembro 28, 2025

herói de guerra não precisa pegar em arma

É possível que a fé e a coragem possam coexistir em meio ao horror de uma guerra? Além disso, poderia um soldado que se recusou firmemente a pegar em armas se tornar um herói no contexto do conflito? A história prova que sim, com o exemplo e testemunho dado por Desmond Doss durante a II Guerra Mundial registrado no excelente filme “Até o Último Homem”, disponível no Amazon Prime Video.

Dirigido por Mel Gibson e estrelado por Andrew Garfield – já conhecido por seu trabalho como Homem Aranha –, o filme reconstrói a trajetória real de um jovem adventista que, durante a Segunda Guerra Mundial, se alista como médico de combate. Sua convicção religiosa o impede de portar armas ou tirar vidas, mas isso não o afasta do campo de batalha.

Pelo contrário: Doss se torna protagonista de um dos atos mais heroicos da guerra, ao salvar sozinho 75 soldados durante a Batalha de Okinawa, sem disparar um único tiro.

Coração do filme está na objeção de consciência do herói de guerra

O coração do filme está na objeção de consciência do protagonista. Em um ambiente onde a violência é regra, o soldado insiste em servir sem ferir. Essa postura gera conflitos com seus superiores e colegas, que o veem como covarde.

No entanto, sua determinação em permanecer fiel às próprias convicções transforma o que parecia fraqueza em força. O filme mostra que coragem não se mede apenas pelo ato de lutar, mas também pela capacidade de resistir à pressão e manter-se íntegro.

Desmond Doss é detalhado em suas complexas relações familiares e no momento em que conhece o amor de sua vida. Depois, há Pearl Harbour e a pressão social para se alistar. Doss é religioso e jamais consentiria em matar um ser humano, mesmo que lhe dissessem que esse é seu inimigo e que, no contexto da guerra, a morte não é pecado.

Clamando pelo seu direito como um objetor de consciência, ele tem suas razões e elas dizem respeito tanto à fé religiosa quanto à ética pessoal, planos que em um religioso genuíno se confundem. Mas essas razões não se sustentam em situação de guerra. Na mentalidade militar, quem se recusa a fazer treinamento com seu fuzil não merece fazer parte da corporação. Não é digno sequer ser olhado na cara. Não é ninguém.

A guerra é uma carnificina e assim é mostrada por Mel Gibson. O diretor constrói cenas de batalha intensas, com realismo visceral. Explosões, tiros e corpos caindo criam um retrato cru da guerra, mas é no contraste com a figura de Doss que o filme encontra sua potência. Enquanto o caos domina, ele surge como símbolo de esperança, carregando feridos em meio ao fogo inimigo.

“Até o Último Homem” é mais do que um filme de guerra. É uma reflexão sobre fé, coragem e humanidade. Ao acompanhar a jornada de Desmond Doss, o espectador é lembrado de que, mesmo nos momentos mais sombrios da história, sempre há espaço para a luz da compaixão.

  • Até o Último Homem
  • 2017
  • 133 minutos
  • Indicado para maiores de 16 anos
  • Disponível no Amazon Prime Video

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