quarta-feira, dezembro 3, 2025

Comida industrializada segura inflação em novembro – 02/12/2025 – Vaivém

Os alimentos industrializados, após uma sequência mensal de altas até setembro, voltaram a ter deflação em novembro, repetindo o comportamento de outubro. A deflação do setor é de apenas 0,34% no bimestre, mas já reflete o custo menor dos alimentos que vêm do campo para o processamento industrial.

A pressão menor dos industrializados auxiliou na queda de 0,3% da inflação média dos alimentos dos paulistanos no mês passado, conforme dados divulgados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) nesta terça-feira (2).

Os derivados do leite têm uma das principais retrações, ficando 0,8% mais baratos para os consumidores em novembro. A queda de preços, que vem ocorrendo pelo sétimo mês consecutivo no campo, no entanto, demorou para chegar ao varejo.

Dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) apontam um aumento de 13,6% na captação de leite neste ano, o que gerou uma queda real de 14,5% nos preços pagos aos produtores de janeiro a outubro. O aumento da oferta ocorre devido a maiores investimentos do setor leiteiro no ano passado e a um clima mais favorável.

Os derivados de carnes caíram 0,64% no mês passado. Este foi um ano de boa oferta de carnes no mercado interno, o que deu força também para as exportações. A safra agrícola recorde inibiu altas nos custos de produção das proteínas, e o setor chega ao final do penúltimo mês deste ano com queda acumulada de 5% nos preços dos suínos no varejo, estabilidade nos da carne bovina e alta de 3% nos do frango.

Até o café está interrompendo a alta acelerada que tinha no primeiro semestre. O produto em pó chegou ao consumidor com retração de 0,6% no mês passado, mas ainda acumula elevação de 37,5% no ano. Açúcar, com queda de 1,9%, e os panificados, com retração de 0,1%, também auxiliam na derrubada da taxa média de inflação dos alimentos.

O óleo de soja vai na contramão. Em queda até junho, voltou a subir a partir de julho e já acumula alta de 14,4% para os consumidores nos últimos cinco meses. As exportações de soja aumentaram muito neste ano, e podem chegar a 108 milhões de toneladas.

O grande destaque na queda de preços para os consumidores foi o arroz. O cereal tem peso na formação da inflação e já acumula perda de 24,4% nos preços do varejo de janeiro a novembro deste ano, em São Paulo.

O segmento de produtos “in natura”, muito dependente do clima, também está cooperando com o consumidor, com queda de 1,53% no ano. Frutas, verduras, cebola e batata apresentam queda, mas os legumes subiram 11%.

Protesto Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, se prepara para vir ao Brasil e assinar, no dia 20 deste mês, o acordo Mercosul-União Europeia. Produtores e pecuaristas europeus afirmam que também se preparam para mais um tratoraço em Bruxelas, capital da Bélgica, como protesto à assinatura.

Empresas agrícolas Pela primeira vez, em dez anos, o número de empresas agrícolas caiu em Portugal. Foram 41 mil em 2024, ante 41,6 mil em 2023, segundo o Banco de Portugal. Para a instituição, 51% delas estão na atividade agrícola, 25%, na industrialização e 24% no comércio do setor.

Mais dependentes O governo americano está prestes a liberar um auxílio financeiro aos produtores do setor agropecuário do país. Há uma discussão no próprio setor sobre a necessidade de selecionar bem os mais necessitados e evitar desperdícios e fraudes.

Mais dependentes 2 Economistas avaliam que produtores, indústria e fornecedores de insumos se tornaram muito dependentes dos programas emergenciais. A política desastrosa de Donald Trump ajuda a complicar a situação deles que, no primeiro mandato do presidente, já receberam US$ 23 bilhões de auxílio para compensar perdas no setor.

Consumo A União Europeia começou este século com um consumo de 36 kg de carne suína per capita. Neste ano, a cifra é 31,6 kg. O de carne bovina recuou de 12 kg para 9,8, e o de frango subiu de 17 kg para 25,9 kg, segundo o Eurostat.


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