quinta-feira, novembro 27, 2025

Apostas em queda de ações da Bolsa atingem pico em um ano – 27/11/2025 – Painel S.A.

O estoque de aluguel de ações, que mede o quanto os investidores estão apostando na queda de papéis da Bolsa de Valores, atingiu neste mês máxima em 12 meses, com um valor total de R$ 143,4 bilhões, segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria.

O aluguel de ação acontece quando investidores querem vender um papel sem obtê-lo, apostando que ele vai se desvalorizar, então eles emprestam para depois vender no mercado.

Esse aumento dos aluguéis acontece ao mesmo tempo em que o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, renova sucessivamente recordes de patamar, como aconteceu na quarta-feira (26), quando encerrou o pregão aos 158 mil pontos.

Filipe Villegas, estrategista de ações da Genial Investimentos, vê esse movimento como natural, já que as altas da Bolsa acabam atraindo, junto, investidores com perfil mais especulativo, que querem, portanto, atuar na ponta contrária da compra de ações.

Ele enxerga também um movimento de proteção por parte de investidores institucionais. “Diante da sinalização de mercado de novas altas, mas ao mesmo tempo com alguns setores mais sobrecomprados, com forte demanda, é natural de se esperar que investidores façam as famosas operações de Long & Short, em que eles compram alguns ativos e vendem outros e ganham no diferencial da movimentação”, diz Villegas.

Segundo a Elos Ayta, o atual aumento de aluguel de ações está concentrado em papéis que já são mais negociados na Bolsa: em primeiro lugar estão os da Vale, seguidos pelos da Petrobras, Banco do Brasil e Ambev.

Einar Rivero, sócio da consultoria, chama atenção para o fato de que, apesar dos recentes recordes do Ibovespa, o volume de negócios na Bolsa vem caindo. Isso significa que as operações, tanto de compra de ações como de aluguel, têm se concentrado em grandes empresas.

Setor financeiro lidera

Entre os setores, o que lidera a alta de aluguéis de ações é o de intermediários financeiros. Assim como na Bolsa em geral, na análise setorial, também prevalece a ideia de que as fortes altas do índice financeiro têm vindo acompanhado de movimentos especulativos e de proteção.

Einar Rivero ressalta que o Banco do Brasil puxa essa alta setorial de aluguéis de ações. Neste caso, há um movimento de especulação em torno do papel, já que a instituição financeira tem sido penalizada pelos investidores após a divulgação de resultados financeiros ruins, com queda de dois dígitos no lucro e alta da inadimplência.

Além dos intermediários financeiros, os setores de petróleo, energia elétrica e mineração também pesam sobre a alta dos aluguéis de ações. “Em relação às commodities, existe um cenário negativo. Está todo mundo pessimista com o petróleo e há dúvidas em relação à [atividade econômica da] China”, diz Villegas, da Genial.


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