quinta-feira, novembro 27, 2025

Banco Master: Saí do BC já tem um ano, diz Campos Neto – 27/11/2025 – Mercado

Em Paris, para o fórum Brasil-França organizado pelo grupo empresarial Lide, o ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto foi evasivo nesta quinta-feira (27) ao falar sobre as críticas que tem recebido por sua gestão com relação ao Banco Master.

“Entendo que às vezes possam ter crítica. Nos EUA a gente teve problemas de banco também, isso acontece em vários lugares do mundo. Agora, eu saí do Banco Central já tem um ano, então mais particular nesse caso, eu acho que o ideal era perguntar para as pessoas que estão lá no dia a dia olhando. E principalmente para as equipes técnicas”, afirmou Campos Neto.

Campos Neto, indicado em 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro para um mandato de seis anos, encerrado em 1º de janeiro deste ano, já no governo Lula, foi criticado por analistas do setor bancário por supostamente ter cedido a pressões políticas, ignorado alertas e permitido que a situação do Master se agravasse.

A liquidação judicial do Banco Master foi decretada no último dia 18 pelo BC, hoje presidido por Gabriel Galípolo, indicado por Lula.

“O banco está num processo de liquidação. Então, acho que não cabe a mim agora comentar sobre esse caso, além do que eu já falei”, acrescentou Campos Neto. “Acho que é um trabalho da equipe técnica, confio muito na equipe técnica. É a mesma equipe técnica que estava no passado, a mesma equipe que está agora. Então, eu confio no trabalho do Banco Central”, concluiu.

Sobre a taxa Selic, Campos Neto elogiou o trabalho de seu sucessor. Durante o fórum do Lide, dirigido pelo ex-governador de São Paulo João Doria, empresários cobraram do BC uma queda dos juros, inclusive brincando com a presença do ex-presidente do banco.

“Acho que o Banco Central tem feito um trabalho muito bom, não teria feito nada diferente do que o Banco Central fez”, disse Campos Neto. “O presidente Gabriel tem executado um trabalho que tem ganho de credibilidade ao longo do tempo. No médio prazo, para a gente conviver com juros muito mais baixos, de um dígito, a gente vai precisar ter algum tipo de ajuda do lado fiscal, algum tipo de choque fiscal positivo.”

Campos Neto, hoje vice-presidente do conselho de administração do Nubank, também defendeu o trabalho dos técnicos do BC.

“O Banco Central trabalhou muito. Primeiro, é um trabalho super técnico, que geralmente sai das diretorias do Banco Central, que são as diretorias que estão lá há muito tempo, que foram muito premiadas por muitos anos por estabilidade financeira. Mas, mais que tudo, o Brasil foi o grande gerador da inclusão financeira no mundo.”

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