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Black Friday EUA: Varejo espera mais compra e menos gasto – 28/11/2025 – Mercado

Uma pesquisa feita por uma entidade do comércio dos EUA apontou que os consumidores do país devem estabelecer um recorde de compras na Black Friday, mas o gasto será menor em uma das datas mais importantes para o varejo local, à medida que preocupações com tarifas e custo de vida tornam os consumidores mais cautelosos.

Um recorde de 187 milhões de pessoas, ou mais da metade da população dos EUA, devem fazer compras entre o feriado de Ação de Graças nessa quinta-feira (27) e a segunda-feira (1°), de acordo com um levantamento da Federação Nacional do Varejo.

Mas o ritmo de gastos provavelmente desacelerará. Os consumidores ouvidos pelo instituto de pesquisas Deloitte disseram que planejavam gastar US$ 622 (R$ 3.330) em média durante esse período, uma queda de 4% em relação ao ano anterior.

A Black Friday dá início às movimentadas semanas da temporada de compras de fim de ano, impulsionando vendas que podem fazer ou quebrar os lucros anuais dos varejistas.

As vendas deste ano ocorrem em meio a preocupações com poder de compra ganhando destaque na agenda política dos EUA diante da inflação persistente e do aumento do desemprego. Compradores que planejavam reduzir as despesas citaram o maior custo de vida e restrições financeiras, afirmou a Deloitte.

“À medida que nos aproximamos do período de festas [de fim de ano], sabemos que os consumidores permanecem cautelosos. O sentimento está em seu patamar mais baixo em três anos em meio a preocupações com empregos, acessibilidade e tarifas”, comentou Rick Gomez, diretor comercial da Target.

“No entanto, eles permanecem emocionalmente motivados. Querem celebrar com entes queridos sem gastar demais”, disse ele a analistas na semana passada.

Agora, os varejistas dos EUA começaram as promoções da Black Friday semanas antes desta sexta-feira (28) após o Dia de Ação de Graças, à medida que combinaram com o comércio online e digital.

O gigante varejista Walmart está realizando três períodos de ofertas este mês, com o terceiro terminando na segunda-feira (1°). O evento da Black Friday da Target cobre a semana inteira, oferecendo promoções de vários produtos que vão de utensílios de cozinha a brinquedos.

Executivos e analistas reconheceram o momento de aperto econômico que afeta parte da população. “O que estamos vendo é muita incerteza no mercado e as pessoas realmente sentindo preços mais altos”, avaliou Lupine Skelly, líder de pesquisa de varejo na Deloitte.

“A renda discricionária permanece pressionada. Isso é especialmente notável em nossos consumidores de baixa a média renda, bem como em nossos clientes mais jovens”, comentou Michael Bender, novo CEO da rede de lojas de departamento Kohl’s. “As festas são sempre um período promocional, e esperamos que isso continue este ano, especialmente dado o estado do consumidor”.

Espera-se que o crescimento anual das vendas desacelere ligeiramente durante o período de festas que abrange novembro e dezembro, para 3,7% a 4,2% neste ano, de acordo com a federação de varejo. Em 2024, o aumento foi de 4,3%. O total de vendas provavelmente ultrapassará US$ 1 trilhão pela primeira vez.

Varejistas e marcas iniciaram promoções bem antes do Dia de Ação de Graças. Até agora neste mês, as vendas online aumentaram 7,5% em relação ao ano anterior, chegando a quase US$ 80 bilhões, de acordo com a Adobe Analytics. Dados comparáveis sobre vendas em lojas físicas ainda não estão disponíveis.

Os varejistas relataram alguns aumentos de preços para compensar os custos mais altos de importações após as tarifas que o presidente Donald Trump impôs aos parceiros comerciais dos EUA este ano.

Cerca de 85% dos consumidores ouvidos pela federação de varejo disseram que esperam preços mais altos para presentes e itens de festas por causa das tarifas.

A confiança do consumidor dos EUA caiu para o nível mais baixo desde que Trump lançou a guerra comercial global em abril, informou o Conference Board esta semana, piorando as perspectivas para vendas futuras.

Grande parte do aumento esperado no gasto total “reflete preços mais altos, não maior confiança”, de acordo com a pesquisa de compras de fim de ano da consultoria Accenture.

Cartões-presente serão o principal presente de Natal este ano, seguidos por roupas e brinquedos ou jogos, mostrou uma pesquisa com consumidores realizada pela empresa de pesquisa de mercado Numerator.

Skelly, da Deloitte, disse que a preferência por cartões-presente indica o que os consumidores estão fazendo para lidar com o menor poder de compra. “É como se a pessoa falasse: ‘Ei, vou comprar o cartão-presente de US$ 50 para você, e você pode ir comprar o suéter de US$ 57.’ Isso meio que devolve a pressão para quem recebe o presente”, comentou.

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