O C-Level Call, videochamada semanal sobre economia e política promovida pela Folha, discute nesta quinta-feira (4) o socorro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos Correios, a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre e as expectativas para a taxa básica de juros, a Selic.
O programa, às 17h, será apresentado por Idiana Tomazelli e Nathalia Garcia. A transmissão será feita pelo YouTube. É possível inscrever-se e enviar perguntas clicando neste link.
As jornalistas também irão abordar as propostas econômicas que aguardam votação nesta reta final do ano no Congresso Nacional.
SOCORRO AOS CORREIOS
O Tesouro Nacional negou a concessão de garantia soberana ao empréstimo de R$ 20 bilhões que os Correios pretendiam tomar com bancos, levando a estatal de serviços postais a suspender a transação.
Segundo interlocutores, o órgão ligado ao Ministério da Fazenda avisou a empresa nesta terça-feira (2) que não aceitaria conceder o aval em uma operação com taxa de juros acima do custo máximo permitido pelo comitê de garantias do Tesouro.
A operação havia sido aprovada pelo conselho de administração da estatal no sábado (29).
Um dia antes, na sexta-feira (28), os Correios anunciaram que acumulam prejuízo de R$ 6,1 bilhões no ano até setembro. O rombo é quase o triplo do mesmo período de 2024, quando o resultado foi negativo em R$ 2,14 bilhões.
PIB DO TERCEIRO TRIMESTRE
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga nesta quinta-feira (4) o PIB do terceiro trimestre de 2025.
Houve uma desaceleração da economia no trimestre anterior, quando, sem o mesmo impulso da agropecuária e com os juros altos para conter a inflação, o indicador avançou 0,4% em relação ao primeiro trimestre. Já nos primeiros três meses do ano, o PIB brasileiro cresceu 1,3%.
Para o ano de 2025, os economistas mantiveram a projeção de 2,16%, segundo Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (1º).
TAXA DE JUROS
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central se reunirá em 9 e 10 de dezembro para decidir, pela última vez em 2025, o patamar da taxa básica de juros.
Em novembro, o colegiado decidiu segurar a Selic em 15% ao ano pela terceira reunião seguida, apesar da pressão do governo Lula por cortes.
O colegiado do BC adotou tom conservador, com diversos trechos idênticos à linguagem usada em setembro, e manteve a indefinição sobre o início dos cortes de juros à frente.
PROJETOS ECONÔMICOS
O Congresso entra na reta final dos trabalhos de 2025 com propostas relevantes na área econômica em pauta.
A CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado aprovou nesta terça-feira (2) o projeto de lei que aumenta os impostos sobre casas de apostas e fintechs.
Para as chamadas bets, a alíquota sobre a receita aumentará de 12% para 15% em 2026 e depois para 18% em 2028. Já para as companhias de base tecnológica que atuam em diferentes ramos do mercado, de financeiras a instituições de pagamento, o percentual da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) sobe de 9% para 12% em 2026 e para 15% em 2028.
A proposta foi apresentada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) e relatada, com parecer favorável, por Eduardo Braga (MDB-AM). O texto segue para a Câmara.
Entre as pendências no Congresso estão a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2026, que orienta o Orçamento. O texto deve ser votado em sessão conjunta por senadores e deputados na quarta-feira (3).
Há ainda o risco de a MP (Medida Provisória) elaborada em reação às tarifas impostas pelos Estados Unidos perder a validade. O texto precisa ser aprovado até 11 de dezembro para continuar em vigor.
A MP foi editada governo Lula em agosto e prevê crédito de R$ 30 bilhões para exportadores afetados pelas tarifas, além do adiamento de impostos federais, maior ressarcimento de créditos tributários e uma reformulação nas garantias à exportação para facilitar a busca de novos mercados.





