A psicóloga social Cida Bento estreia nesta quinta-feira (27) na CasaFolha, a plataforma de streaming com cursos exclusivos lançada pela Folha no ano passado. Os nove vídeos de seu curso sobre diversidade e antirracismo já estão disponíveis no site casafolhasp.com.br.
Considerada uma das vozes mais influentes do mundo no campo da diversidade, ela discute a discriminação racial no Brasil e apresenta diferentes práticas que podem ajudar a mudar o cenário da desigualdade.
“O Milton Nascimento tem uma fala de que eu gosto muito. Ele diz: ‘Espero que eu esteja no meu melhor momento e te encontre no teu melhor momento’. Quando eu trabalho com este tema da branquitude, das relações raciais e de gênero, eu espero ter o cuidado suficiente para que as pessoas permaneçam junto”, diz Cida na CasaFolha.
Doutora em psicologia pela USP, ela é autora de livros como “Psicologia Social do Racismo” e “O Pacto da Branquitude”, ambos relevantes nos debates sobre desigualdade.
Com sua estreia, a CasaFolha chega a 31 cursos exclusivos comandados por grandes personalidades em diferentes áreas, como o ex-ministro Pedro Malan, que explica como analisa a economia, a Monja Coen, que fala sobre meditação, o cineasta José Padilha, que aborda a arte de contar histórias, e a psicanalista Vera Iaconelli, que trata de criação dos filhos no século 21.
Além disso, novos conteúdos são incluídos todos os meses. No último dia 13, por exemplo, a CasaFolha lançou um curso inédito de escrita criativa com Carla Madeira, autora do best-seller “Tudo É Rio”.
Para assistir aos cursos, é preciso ser assinante da CasaFolha. É possível se vincular à plataforma pelo endereço casafolhasp.com.br/assine. A assinatura, com desconto promocional de 67%, sai por R$ 19,90 por mês no plano anual (R$ 59,90 sem a promoção) e inclui acesso ilimitado a todas as notícias da Folha no site e no aplicativo para celular e tablet.
Quem já é assinante da Folha não precisa de uma nova assinatura. Basta fazer o upgrade por R$ 10 adicionais no plano do jornal em casafolhasp.com.br/upgrade.
No curso de Cida Bento, a desigualdade no Brasil é debatida a partir de diferentes ângulos. A especialista trata de temas como o mito da democracia racial e o pacto da branquitude, além de sugerir práticas antirracistas na educação e nas empresas e de falar sobre a contribuição das pessoas brancas.
Pioneira no debate crítico sobre a branquitude no país, Cida também aponta alguns avanços obtidos nas últimas décadas, muitos dos quais com a participação do Ceert (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades), entidade que ela fundou e da qual é conselheira atualmente.
“Nesse curso, eu busco abordar a experiência e o aprendizado que eu fui tendo ao longo da vida. No mínimo, 35 anos dentro do Ceert, no trabalho com organizações, buscando fazer diagnóstico e verificar que processos precisam ser alterados dentro da instituição para que ela se torne mais equânime, mais diversa.”
Formada em psicologia social, Cida trabalhou em empresas, com seleção, treinamento, promoção. De sua vivência na área de recursos humanos veio uma dúvida: se não havia regras que impedissem mulheres e negros nos cargos de ponta, por que as pessoas na liderança são quase sempre homens brancos?
Seu mestrado e seu doutorado procuraram pistas sobre essa questão, assim como pesquisas posteriores. Seu objetivo é chamar a atenção das pessoas para os problemas da desigualdade e os benefícios da diversidade.
Otimista, Cida afirma na CasaFolha: “As sementes, elas vão florescer. O dia vai amanhecer. Vamos construir uma sociedade democrática. Não há nenhum outro caminho”.




