Não gosto do inchaço da Copa do Mundo. O formato com 32 seleções, que estava consolidado desde a edição de 1998, mudou e serão 48 países no Mundial do ano que vem, que serão nos EUA, no México e no Canadá.
Com mais times, o nível tende a cair, pois haverá mais participantes menos qualificados tecnicamente. Como não mando nada no que a Fifa decide, sendo tão somente um opinante, o jeito é se adaptar e tentar ver o lado positivo.
Gosto de novidades, então celebro seleções que disputarão pela primeira vez o mais celebrado torneio mundial do futebol: Cabo Verde (África), um país de língua portuguesa, Jordânia (Ásia) e Uzbequistão (Ásia) estão classificados. Ainda restam algumas vagas, e pode haver outros calouros.
Por outro lado, gosto também de ver na Copa os campeões mundiais.
Até hoje, sete países ganharam: Brasil (penta: 1958, 1964, 1970, 1994 e 2002), Alemanha (tetra: 1954, 1974, 1990, 2014), Itália (tetra: 1934, 1938, 1982 e 2006), Argentina (tri: 1978, 1986 e 2022), França (bi: 1998 e 2018), Uruguai (bi: 1930 e 1950), Espanha (2010) e Inglaterra (1966).
Para 2026, Brasil, Uruguai, Inglaterra e França já se classificaram, e Alemanha e Espanha estão em boas condições de obter a vaga como campeãs de seus respectivos grupos nas Eliminatórias europeias.
Já a Itália…
Faz duas Copas que a Itália tem sido desfalque no hepteto de campeões mundiais. Não conseguiu ganhar seu grupo nos qualificatórios para Rússia-2018 e Qatar-2022. Foi para a repescagem, perdendo, respectivamente, para Suécia e, pasme, Macedônia do Norte (que depois perderia de Portugal).
Repescagem é corda no pescoço. Pela regra atual, são duas rodadas, ambas com jogo único. É necessário “matar” dois rivais para carimbar o passaporte para a América do Norte. Um dia ruim, já era. E a Azzurra teve dias ruins tanto em 2018 como em 2022.
Não é encorajante para os italianos se verem novamente sob essa pressão intensa. O retrospecto recente será lembrado, e o psicológico dos jogadores e dos torcedores será afetado.
A Itália falhou desta vez em um grupo com Noruega, Israel, Estônia e Moldova. Em 2018, ficou atrás da Espanha (tá, era a Espanha). Em 2022, atrás da Suíça (não deveria). Agora, ficará atrás da Noruega, do superartilheiro Haaland.
Antecipo que ficará porque ainda haverá Itália x Noruega, neste domingo (16), em Milão, no jogo final do Grupo I.
Para conseguir a vaga direta na Copa, os italianos (seis vitórias, uma derrota, no primeiro duelo contra os nórdicos) precisam superar os noruegueses (sete vitórias) por nove gols de diferença.
A Azzurra até já registrou 9 a 0, duas vezes, uma em 1920, em amistoso diante da França, e em 1948, nas Olimpíadas de Londres contra os EUA).
Em 2025, não acontecerá. Sem um único craque na linha e com um ataque inexpressivo, que só vazou a fragilíssima Moldova, na quinta (13), aos 43 minutos do segundo tempo, não acontecerá diante da Noruega.
Resignado com a incômoda situação, o treinador da Itália, Gennaro Gattuso, talvez já pensando em (mais) sofrimento futuro da Azzurra, quer mudança nas Eliminatórias.
“Na minha época, o melhor segundo colocado [de todos os grupos] iam direto para a Copa do Mundo”, afirmou o ex-volante brucutu, campeão com a Itália na da Alemanha, em 2006.
Gattuso ainda mencionou, indicando discordância na distribuição de vagas, que dos dez concorrentes nas Eliminatórias da América do Sul, seis se classificam e um sétimo ainda disputa uma repescagem.
Reclamar pode. Sugerir pode. É, porém, o regulamento. Certo ou errado, foi aceito por quem joga cada qualificatório.
A Gattuso, além do sufoco que virá pela frente, resta uma perspectiva alentadora: fala-se em aumentar para 64 o número de seleções para a Copa de 2030. Isso concretizado, haverá mais vagas para a Europa e, consequentemente, a chance italiana aumentará.




