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EUA: Comitê de vacinas pode mudar calendário infantil – 02/12/2025 – Equilíbrio e Saúde

Conselheiros do secretário de saúde americano Robert F. Kennedy Jr. parecem dispostos a fazer mudanças no calendário de vacinação infantil, adiando uma vacina que é rotineiramente administrada em recém-nascidos e discutindo grandes alterações sobre quando ou como outras imunizações infantis são aplicadas. As decisões do grupo não são legalmente vinculativas, mas têm implicações profundas sobre se seguros privados e programas de assistência governamental são obrigados a cobrir as vacinas.

Dependendo do que o comitê fizer, as mudanças também podem minar ainda mais a confiança dos americanos nas imunizações. Embora a maioria dos americanos ainda diga estar confiante sobre a eficácia das vacinas, múltiplas pesquisas mostram que o percentual caiu drasticamente nos últimos anos.

Membros do grupo, chamado Comitê Consultivo sobre Práticas de Imunização, foram escolhidos a dedo por Kennedy, que há muito tempo faz campanha contra muitas vacinas infantis. Eles estão programados para se reunir quinta (4) e sexta-feira (5).

As propostas que os membros votarão ainda são desconhecidas. A agenda é escassa em detalhes, não listando nem palestrantes específicos nem horários, apenas mencionando “votos” no primeiro dia da reunião. Mas comentários públicos de alguns membros do painel, bem como do presidente Donald Trump e Kennedy, sugerem alguns possíveis resultados.

É provável que o comitê decida que uma vacina para prevenir a hepatite B —doença altamente contagiosa que pode danificar gravemente o fígado— não deve mais ser administrada rotineiramente ao nascimento e talvez não deva ser oferecida a crianças.

Os membros do comitê também podem questionar a segurança de ingredientes como sais de alumínio que estão presentes em muitas vacinas infantis. E é provável que discutam se vacinas para diferentes doenças devem ser oferecidas como doses separadas em vez de nos produtos combinados atualmente utilizados.

A reunião ocorre na esteira de alegações sem fundamento feitas por Vinay Prasad, o principal regulador de vacinas da FDA (agência reguladora americana Food and Drug Administration), de que as vacinas contra Covid mataram “não menos que 10” crianças. O memorando interno não forneceu detalhes ou dados. O memorando continuou questionando a segurança da administração de múltiplas vacinas ao mesmo tempo.

Na segunda-feira (1º), o Departamento de Saúde e Serviços Humanos nomeou Kirk Milhoan, um cardiologista pediátrico e atual membro do comitê, como seu presidente. Durante a pandemia de coronavírus, Milhoan levantou preocupações sobre miocardite causada por vacinas contra Covid e instou a administração Biden a retirar as vacinas do mercado. Martin Kulldorff, o presidente cessante do comitê, assumirá um novo papel como diretor científico no Departamento de Saúde. As mudanças podem exigir que o departamento adicione novos membros ao comitê.

Kennedy frequentemente afirmou que as crianças recebem muitas vacinas e muitas ao mesmo tempo, o que, segundo ele, sobrecarrega o sistema imunológico e leva a condições como o autismo.

Dezenas de estudos procuraram uma possível ligação entre vacinas e autismo e não encontraram nenhuma. E as crianças agora recebem mais doses porque os cientistas desenvolveram vacinas eficazes para mais doenças que prejudicaram e mataram pessoas décadas atrás, diz Bruce Gellin, que liderou o Escritório Nacional do Programa de Vacinas dos EUA de 2002 a 2017.

Em um comentário público enviado ao comitê, uma coalizão de 15 governadores democratas instou os membros a fundamentar suas decisões em “ciência rigorosa” porque as diretrizes afetarão “famílias, provedores, seguradoras, sistemas estaduais de imunização e saúde pública em geral”.

Em uma reunião em setembro que se transformou em caos e confusão, os membros do ACIP votaram para limitar o acesso à vacina contra Covid e para parar de recomendar uma vacina combinada contra sarampo, caxumba, rubéola e catapora para crianças menores de 4 anos.

O painel arquivou uma votação sobre hepatite B porque alguns membros queriam primeiro uma discussão mais robusta.

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