Ex-presidente da Câmara dos Deputados, o petista João Paulo Cunha (SP) considera um equívoco a ideia da direção do partido de promover um congresso em abril do ano que vem.
Segundo ele, há outras prioridades mais urgentes, e o evento deveria ser transferido para 2027.
“O PT no ano que vem tem que montar os 27 palanques estaduais para governo e Senado, definir chapas de deputados. O Lula, em abril, vai ter de definir os substitutos de uns 20 ministros que vão disputar a eleição. A campanha já vai estar em ritmo forte. E a gente vai perder tempo e dinheiro para fazer um congresso sobre o futuro?”, questiona Cunha.
Afastado da política desde o mensalão, em que foi um dos envolvidos, ele mantém bom trânsito interno no partido e ensaia uma candidatura a deputado federal em 2026.
Para o ex-deputado, que presidiu a Câmara entre 2003 e 2005, não faz sentido o PT discutir seu papel nos próximos anos antes de saber o resultado da eleição presidencial.
“A realidade para o partido será uma se o presidente Lula ganhar e outra se perder. Esse debate tem de ser feito posteriormente”, diz.
O congresso foi aprovado pela Executiva Nacional do PT na última segunda-feira (17) e discutirá temas estruturais como reforma do estatuto e prioridades políticas para as próximas décadas, além de apresentar uma sugestão de programa de governo para eventual quarto mandato de Lula.
Para Cunha, o congresso será um “simulacro”. “As pessoas vão fingir que estarão discutindo assuntos do partido, mas vão estar interessadas mesmo nas suas campanhas e a do Lula”, afirma.
“É um tiro no pé gastar energia com isso agora, no momento em que temos uma direita articulada e mobilizada e uma eleição que, não será um passeio”, acrescenta.
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