O governo Lula (PT) tentou adiar a votação do relatório do projeto de lei antifacção apresentado pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP) nesta terça-feira (18) no plenário da Câmara, mas foi derrotado. O tema, agora, será discutido pelos deputados.
Integrantes do governo federal e parlamentares da base aliada acusaram o relator da matéria de “descaracterizar” o projeto enviado pelo Executivo e, nesse sentido, orientaram pela retirada do tema da pauta de votações. A proposta era considerada prioritária pelo Palácio do Planalto e também vista como uma resposta à crise na segurança pública gerada pela megaoperação no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho que deixou mais de 120 mortos.
Governistas também criticaram o vaivém de Derrite com apresentação de seis pareceres desde que ele foi desginado relator. Além do governo, a federação PT-PCdoB-PV e a federação PSOL-Rede foram favoráveis à retirada de pauta. O requerimento, no entanto, foi rejeitado por 316 votos contrários e 110 favoráveis.
Também foi rejeitado um requerimento de adiamento de discussão. Foram 114 votos favoráveis ao adiamento e 335 contrários.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que nunca enxergou “tanta confusão” na discussão de um tema. “A sexta versão foi apresentada às 18h17. O relator Derrite se recusou a negociar com o governo. O que a gente pede aqui é o mínimo: é tempo para discutir esse projeto. Já colocaram muita coisa estranha aqui dentro [do texto]”, afirmou Lindbergh.
O parlamentar acusou também o relator de se recusar a dialogar com o governo federal. De acordo com ele, havia uma reunião prevista para a manhã desta terça entre Motta, Derrite e os ministros Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) que foi cancelada porque o relator se recusou a dialogar com o governo.
Gleisi classificou a apresentação dos relatórios como uma “lambança legislativa”. “Muito ruim apresentar seis relatórios de forma atabalhoada e não se reunir com ninguém”, disse.
De acordo com uma liderança governista, deputados da base deverão usar as falas ao longo da sessão desta terça para criticar o texto apresentado por Derrite, associando a proposta à uma tentativa de enfraquecer a atuação da Polícia Federal e de blindar investigações feitas pela corporação.
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