O general Augusto Heleno, que foi ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) de Jair Bolsonaro (PL) entre 2019 e 2022, afirmou a uma equipe médica ao ser preso nesta terça-feira (25) que sofre de doença de Alzheimer desde 2018.
Heleno, 78, foi condenado a 21 anos de prisão pela trama golpista liderada por Bolsonaro após a derrota para o presidente Lula (PT) em 2022. General da reserva, ele foi levado para o Comando Militar do Planalto para cumprir a pena.
Ao passar por um exame de saúde geral e integridade antes de ser recolhido ao cárcere militar, Heleno disse aos médicos ser “portador de demência Alzheimer em evolução desde 2018, com perda de memória recente importante, prisão de ventre e hipertensão, em tratamento medicamentoso (polifarmácia)”.
Ele disse que a única queixa atual que tem é de dores nas costas e que não possui histórico de lesões recentes.
O médico que assina o laudo afirma que Heleno “apresenta-se em bom estado geral, alerta e com sinais vitais regulares”. “Ao exame geral, trata-se de indivíduo idoso, com aparência condizente com a idade biológica, colaborativo e com estado emocional estável”, diz.
Em sua conclusão, declara que “o militar examinado mostra-se em boas condições gerais e não apresenta sinais de lesões corporais aparentes ou ofensas à sua integridade física”.
“O examinado possui comorbidades relatadas, sob controle farmacológico, conforme histórico relatado”, diz o médico.
Heleno foi condenado a pena privativa de liberdade em regime inicial fechado e 84 dias-multa.
O julgamento da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), condenou ele, Bolsonaro e outros réus por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, abolição do Estado democrático de Direito, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado.
Heleno foi acusado de ser um dos responsáveis pela construção da narrativa de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas.
A denúncia diz que Heleno, em conjunto com o ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem, preparou o discurso de Bolsonaro e anuiu com espionagens ilegais favoráveis ao ex-presidente.
Bolsonaro foi considerado culpado por liderar o grupo e foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão. Ele foi preso pela Polícia Federal na manhã do sábado (22) e levado para a sede regional da corporação em Brasília.





