segunda-feira, dezembro 1, 2025

Keeta traz capacete inteligente da China para Brasil; veja – 01/12/2025 – Mercado

A Keeta, maior empresa de delivery do mundo, aposta em tecnologias usadas na China para crescer no mercado de entrega de comida do Brasil. Dentre as principais novidades estão um capacete inteligente, que dever ser distribuído inicialmente a ciclistas, e um sistema de simulação de rotas que, no país do oriente, faz um bilhão de simulações por segundo.

A operação envolvendo as rotas, segundo Danilo Mansano, vice-presidente da Keeta no Brasil, é o que garante um “app robusto”, foco da chinesa para atrair consumidores, restaurantes e entregadores em meio à gerra do delivery travada hoje por iFood, Rappi e 99Food.

“Hoje, a gente simula na casa de bilhão de rotas por segundo na China. Então, todas as interferências que você imaginar, todas as questões de cenários já foram mapeadas pela nossa plataforma, que está operando há 14 anos na China.”

Com 770 milhões de usuários por ano e operação que envolve uma média de 80 milhões de pedidos por dia, a Keeta começa as operações na capital paulista e em mais oito cidades da Grande São Paulo a partir das 11h desta segunda-feira (1º).

Os consumidores que baixarem o app terão bônus de R$ 200. Há ainda voucher de R$ 50 se o pedido não chegar na hora marcada. Para entregadores, o ganho prometido é de R$ 30 por hora a quem trabalhar oito horas por dia.

Para os restaurantes, e empresa vai oferecer atendimento humanizado 24 horas por dia e não terá cláusula de exclusividade, fazendo com que a empresa possa operar também com outros aplicativos de delivery. Mansano diz que contratos sem exclusividade também são outro diferencial para crescer.

O capacete inteligente é uma forma de entender quando o entregador está usando o equipamento e saber se houve algum acidente. Ele funciona por meio de bluetooh, apenas para entregadores cadastrados na plataforma.

O entregador liga o app a um chip que há dentro do capacete por meio de um QRCode e pode atender ligações ao tocar um botão no próprio capacete. Além disso, não precisa olhar para a tela do celular para entender qual rota deve seguir na hora da entrega. Essa informação será repassada a ele por voz enquanto dirige a motocicleta ou bicicleta.

No início, o capacete deve ser distribuído a ciclistas. Mas a meta é, a médio prazo, entregar para todos os motoristas parceiros. A empresa diz que já tem hoje 98,2 mil entregadores já cadastrados no aplicativo.

Os investimentos na operação em São Paulo são de R$ 1 bilhão e fazem parte de um pacote de R$ 5,6 bilhões que a empresa pretende aportar no Brasil ao longo dos anos. Não há um prazo específico para todo o aporte, mas Mansano afirma que não quer resultados imediatos.

“A gente não veio para cá para achar que vai resolver toda a operação e em um ano tudo vai mudar. A gente entende que as coisas têm que ser feitas pensando numa construção de longo prazo, mas comprando as batalhas certas no curto prazo”, diz ele.

Brasil é segundo maior mercado depois da China

A Keeta foi criada em 2023 para ser o braço internacional da Meituan. Hoje, a operação do grupo está em presente em Hong Kong, Arábia Saudita, Qatar, Kuwait e Emirados Árabes Unidos (Dubai), e, agora, no Brasil, que é o segundo maior mercado da empresa fora da China.

Tony Qiu, CEO da Keeta, diz que o tamanho do mercado e a importância do Brasil é o que faz a disputa de aplicativos ser tão acirrada, por isso, a entrada de novas empresas deve ser vista como um movimento saudável. Segundo ele, o Brasil é hoje um mercado de mais de 10 bilhões de dólares e ainda está crescendo mais de 20% por ano.

“Então, isso atrai muitas empresas para entrar no mercado. Eu acho que isso é muito saudável a longo prazo. No final, quem pode proporcionar o melhor serviço, a melhor experiência para o consumidor, o restaurante, os entregadores, vai ganhar. Então é por isso que estamos investindo tanto na tecnologia”, afirma.

A empresa diz estar investindo na construção de equipes locais —hoje, 90% dos funcionários da operação no Brasil são brasileiros— e na ampliação de sua atuação geográfica. A meta é, até o fim de 2026, alcançar mais de 80% da população brasileira. A estratégia inclui ainda a criação de um centro de custos no Norte do país e o desenvolvimento de ferramentas de marketing para restaurantes parceiros.

Guerra dos apps

A Keeta investiu R$ 1 bilhão apenas para o lançamento da operação em São Paulo. São previstos R$ 5,6 bi até 2030. A 99Food retornou ao Brasil neste ano, após deixar o mercado em 2023. A empresa está investindo R$ 500 milhões nas operações em SP e R$ 350 milhões no Rio para voltar ao mercado de delivery, de um total de R$ 2 bilhões até junho de 2026, conforme anúncio feito após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Já o iFood anunciou, em agosto, investimentos de R$ 17 bilhões nas operações no Brasil até março de 2026 e ampliação no número de pedidos para 1 bilhão por ano dentro dos próximos três anos, mas ainda não conseguiu resolver um dos principais problemas que os aplicativos enfrentam no Brasil e no mundo, que é a regulamentação dos entregadores.

O Rappi passou a oferecer taxa zero para restaurantes em maio. A empresa vai investir R$ 1,4 bilhão na tentativa de trazer para o aplicativo pequenos e médios negócios.

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