Jimmy Cliff, uma das grandes lendas do reggae, morreu aos 81 anos por complicações de uma pneumonia, segundo anunciou nesta segunda-feira sua mulher, Latifa Chambers, nas redes sociais.
“Com profunda tristeza lhes compartilho que meu marido, Jimmy Cliff, faleceu devido a uma convulsão em decorrência de uma pneumonia”, declarou Chambers, que quis recordar a todos que “compartilharam caminho com ele”.
“A todos os seus fãs de todo o mundo, saibam que o apoio de vocês foi sua força durante toda a sua carreira. Ele agradeceu de verdade o carinho de cada um”, acrescentou.
Nascido em 30 de julho de 1944 em Saint James (Jamaica), James Chambers começou a participar em concursos musicais desde muito jovem e, aos 17 anos, sua carreira decolou com “Hurricane Hattie” após convencer o produtor de origem chinesa Leslie Kong a gravar suas primeiras canções.
Sua consagração chegou em 1969 com seu disco homônimo, que contém clássicos como “Many Rivers to Cross”, “Vietnam” e “Wonderful World, Beautiful People”.
Em seguida, se mudou para o Reino Unido e se tornou uma estrela do reggae e do ska, tanto que é um dos dois membros jamaicanos do Hall da Fama do Rock and Roll, junto a Bob Marley.
Também foi ator de cinema e protagonizou um filme essencial do cinema da Jamaica, “Balada Sangrenta” (1972), no qual também se encarregou da trilha sonora e ao qual se atribui ter introduzido o reggae nos Estados Unidos.
Cliff contribuiu para difundir o som da Jamaica em nível mundial com sucessos como “The Harder They Come” – tema principal do filme -, “I Can See Clearly Now” e “You Can Get It If You Really Want”.
Em 2012, ganhou um Grammy de melhor álbum de reggae por “Rebirth” e nos últimos anos trabalhou com o produtor ganense Kwame Yeboah, com o qual retornou ao reggae mais puro.
A influência de Cliff foi reconhecida por artistas como Rolling Stones, Elvis Costello, Annie Lennox ou Paul Simon, com os quais colaborou. Outros como Bruce Springsteen, Willie Nelson, Cher, New Order e Fiona Apple gravaram versões de suas canções.
Por sua vez, Bob Dylan proclamou “Vietnam” como “a melhor canção de protesto jamais escrita”, segundo destaca o site oficial de Cliff.
Em uma entrevista à Agência EFE em 2015, Jimmy Cliff declarou que “a música é como o oxigênio. Todos necessitamos dela para seguir vivos e é o que nos une a todos”.
E, após uma carreira de mais de 60 anos, continuava buscando sua melhor canção: “Estou perseguindo-a o tempo todo. Se minha música pode inspirar alguém e fazer com que queira viver uma vida melhor e não se render, para mim é um grande sucesso”
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