A liquidação do Banco Master teve repercussão imediata no mercado financeiro, mas o setor imobiliário, especificamente o segmento de escritórios de alto padrão, também pode sentir os efeitos da falência do banco. O Master foi uma das empresas do setor financeiro que mais absorveram áreas em empreendimentos A+ em 2024.
Segundo levantamento da EQI Research, apenas a devolução do Auri Plaza Faria Lima, onde a instituição financeira ocupa todo o edifício, de cerca de 14,5 mil m², na Vila Olímpia, a taxa de vacância na região subiria de 11,6% para 18,8%. A pesquisa foi feita com base em dados da SiiLA, plataforma que reúne informações sobre o mercado imobiliário comercial na América Latina.
O preço médio de locação na região gira em torno de R$ 153 por metro quadrado, segundo o levantamento. No Auri, no entanto, esse valor é maior, de R$ 226/m², o que poderá gerar uma distorção de preços no bairro. Hoje o Master paga aproximadamente R$ 3,3 milhões mensais com o aluguel do prédio, diz a EQI.
“A devolução do prédio traria uma mudança significativa, principalmente porque estamos falando de uma região com apenas 13 edifícios na classificação da SiiLA, portanto, com menor capacidade de absorver grandes devoluções sem gerar oscilações percentuais relevantes”, afirma Carolina Borges, analista da EQI.
“A saída de um único grupo empresarial pode liberar, de uma só vez, uma metragem que normalmente entraria no mercado de forma gradual”, completa.
Segundo Borges, o caso Master funcionará como um verdadeiro teste para o mercado imobiliário corporativo, já que os imóveis ocupados atualmente pelo banco estão localizados no epicentro da demanda por escritórios do país, onde alguns fundos imobiliários possuem participações relevantes.
A analista diz que o teste se dará em três frentes: liquidez real, com a absorção de grandes áreas; sensibilidade de preço (elasticidade diante de nova oferta); e como prédios de diferentes padrões responderão a uma “vacância surpresa”.
O Master também ocupa uma área menor, de 1,9 mil m², no Pátio Victor Malzoni, um dos prédios mais icônicos e líquidos da Avenida Faria Lima, ocupação herdada do antigo Banco Máxima.
Segundo Borges, a devolução do espaço geraria uma vacância e distorção de preços menores, não apenas porque a área é reduzida, mas pelo fato de a Faria Lima possuir mais edifícios, 30 no total —todos de categoria mais elevada—, demanda reconhecidamente maior e taxa de vacância historicamente mais estável.
A região opera com vacância em torno de 10% há mais de um ano, e os melhores prédios carregam liquidez própria, segundo a EQI. Os aluguéis médios na região estão em torno de R$ 290/m², quase o dobro da Vila Olímpia.
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