sexta-feira, novembro 28, 2025

Messias pode se reunir com Alcolumbre antes da sabatina, diz relator aliado de Lula

O senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF), diz que está trabalhando por um encontro com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), contrário à escolha feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A escolha de Messias à vaga aberta pela aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso desencadeou uma crise com o governo que se aprofunda a cada dia, já que Alcolumbre defendia a indicação de seu antecessor, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Isso, no entanto, não deve impedir que Weverton faça uma espécie de “ponte” para convencer os demais parlamentares a votarem a favor dele na sabatina e na votação marcadas para o dia 10.

“Não há qualquer resistência ao Messias, ele cumpre todos os requisitos para isto. Em momento algum, Alcolumbre me fez qualquer pedido ou orientação contrária sobre o relatório. Vou trabalhar para que eles se encontrem em breve”, afirmou o senador em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta sexta (28).

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Weverton Rocha ainda afirmou ser um “aliado direto” de Lula e que, “se é indicado por ele, é automaticamente apoiado por mim”. O próprio Messias confirmou, na véspera, que pretende conversar com Alcolumbre, mas que ainda não conseguiu estabelecer um contato.

“Gosto muito do presidente Alcolumbre, estou tentando falar com ele, no momento certo ele vai me atender”, disse a jornalistas em meio à série de conversas que vêm tendo com senadores – o famoso “corpo-a-corpo” para se apresentar e tentar conseguir votos.

Desde que Lula indicou Messias sem um aviso formal ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre passou a articular uma represália ao governo com a votação e aprovação de uma “pauta-bomba” que vai gerar um gasto de R$ 20 bilhões aos cofres públicos em dez anos e a derrubada da maioria dos vetos à flexibilização da Lei do Licenciamento Ambiental. Ele, no entanto, nega que esteja agindo contra o Planalto e que está apenas exercendo sua prerrogativa constitucional.

A situação está num ponto que Alcolumbre não compareceu à cerimônia no Palácio do Planalto, na última quarta (26), de sanção da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil – apesar do forte apelo popular da proposta. No entanto, Lula e integrantes do governo minimizaram a falta e ainda agradeceram a ele e ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pelo empenho na votação unânime nas duas casas.

“Cumprimentar os deputados e senadores que tiveram a sensibilidade de fazer com que o país pudesse continuar acreditando na politica, na democracia, de que é possível a gente viver democraticamente na diversidade. […] Temos apenas que nos respeitar, a conversar e encontrar o caminho do meio para atender a todos”, disse o presidente junto de afagos feitos pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).

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