segunda-feira, dezembro 1, 2025

o que a prisão de Bolsonaro revela sobre nós?

No “Saideira”, Paulo Polzonoff recebe Francisco Escorsim e Paulo Briguet para um programa que começa diferente: antes de qualquer comentário sobre cultura, literatura ou cinema, o trio encara de frente o assunto incontornável da semana: a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Um episódio que não apenas dominou a pauta política, mas também provocou discussões profundas sobre justiça, consciência, espiritualidade e o estado emocional do país. É a partir desse ponto que o programa se desdobra.

No primeiro bloco, Polzonoff explica por que decidiu abrir o programa com o tema e pede aos colegas que indiquem um livro, um filme, uma pintura ou uma música capazes de ajudar o público a refletir sobre esse momento histórico. Não se trata de discutir somente o fato em si, mas aquilo que ele revela: o medo que paralisa, os limites do poder, a forma como o brasileiro lida com o abuso institucional e a perplexidade diante de um país que parece acostumar-se com o extraordinário.

Woody Allen e Adélia Prado

Superado o impacto inicial, o “Saideira” faz aquilo que sabe fazer melhor: mudar radicalmente de assunto. O trio parte para Woody Allen, que está completando 90 anos. Polzonoff conta que escreveu um texto selecionando cinco filmes essenciais do diretor disponíveis no streaming e admite que, apesar de amar a obra do cineasta, reconhece que ela “machuca”. A discussão gira em torno desse incômodo: por que filmes tão brilhantes deixam uma sensação amarga? Briguet e Escorsim entram na conversa com suas visões, lembranças e preferências pessoais.

Na sequência, o programa entra em um território inesperado para um canal de política: a poesia. Mais especificamente, a poesia de Adélia Prado, que também completa 90 anos. Polzonoff apresenta o texto que escreveu sobre “O Jardim das Oliveiras”, o novo livro da autora, e comenta a recepção positiva dos leitores sempre que trata do tema. O trio conversa sobre arte, maturidade, fé, cotidiano e a maneira como Adélia consegue transformar o banal em algo luminoso. É um momento de calma depois da tempestade política.

Sommelier de comentários

Mas o sossego dura pouco, porque chega a hora que os espectadores mais aguardam: o momento de “comentar os comentários”. É o espaço em que Escorsim, o “sommelier de comentários”, seleciona elogios, provocações e observações enviadas pelos leitores nas colunas da Gazeta do Povo. Nesta edição, há desde declarações afetuosas até um alerta grave comparando o Brasil à Coreia do Norte.

O programa destaca também um comentário bem-humorado sobre “Stranger Things”, a partir de uma coluna de Escorsim sobre o famoso “baile da vassoura” das festas americanas. É o tipo de momento que dá identidade ao “Saideira”: o humor inesperado, a leveza que irrompe no meio de temas sérios e a convivência natural entre política e cultura pop. Este foi o último “Saideira” do ano.

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