A análise do processo que pode terminar com a cassação do mandato de Carla Zambelli (PL-SP) foi adiada por um pedido de vista coletivo dos deputados federais. Com isso, a deliberação do caso deve acontecer na próxima semana, segundo informações da agência Câmara.
Mais cedo, o relator deste processo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Diego Garcia (PL-SP), votou pela rejeição, alegando que não haveria provas de que ela tenha ordenado a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça.
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Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão em regime fechado por supostamente ter participado de um esquema para inserir documentos falsos na base do CNJ junto do hacker Walter Delgatti Neto. O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda a condenou à perda de mandato, mas o cumprimento da medida cabe à Câmara.
“Eu analisei toda a ação e todos os documentos no qual tive acesso e o que encontrei foram suspeitas, mas não há certeza de que a deputada tenha ordenado as invasões”, afirmou Diego Garcia em uma entrevista coletiva.
Ainda durante esta coletiva, Diego Garcia reclamou do sigilo imposto ao processo. Ele alegou haver indícios de “perseguição política”.
“A Câmara não pode tomar decisões que resultem em perda de mandato com base apenas em suspeitas que deixam margem para dúvida”, completou.
Também no parecer pela manutenção do mandato de Carla Zambelli, Diego Garcia afirmou haver uma “dúvida profunda, grave e legítima” e que seria a favor da decisão “pela defesa da soberania do voto popular e da primazia do Poder Legislativo”.
A defesa de Zambelli tentou anular a condenação alegando cerceamento de defesa pela falta de acesso a todos os arquivos apreendidos com Delgatti, mas o recurso foi negado. Embora o STF tenha decretado a perda do mandato sem a necessidade de manifestação da Câmara, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), determinou que o caso fosse analisado pelos deputados.
Carla Zambelli está presa em Roma, na Itália, desde o mês de julho após deixar o Brasil antes da confirmação definitiva da condenação no STF, o que levou à sua inclusão na lista vermelha da Interpol. Ela aguarda os trâmites burocráticos do pedido de extradição feito pelo governo brasileiro.






