Qual é o tamanho da ascensão da população negra no Brasil? Um levantamento com base na Pnad Contínua, feito para o podcast Café da Manhã pelo analista do IBGE Jefferson Mariano, traz um recorte que ajuda a dimensionar o fenômeno: entre trabalhadores que ganham 5 salários mínimos ou mais, quase 30% são pretos ou pardos; em 2012, eram 23%.
Dados dessa ascensão podem ser olhados por outros ângulos. Na economia, consumidores negros movimentaram quase R$ 2 trilhões no ano passado, segundo os institutos Akatu e DataRaça. Em espaços de poder, há avanços, ainda que tímidos: entre servidores da União, a proporção de negros e indígenas em postos de chefia quase dobrou de 1999 para cá, de 20% a 39% —segundo o Afro-Cebrap.
Neste Dia da Consciência Negra, o Café da Manhã começa com um exercício de imaginação que conecta a realidade de 137 anos atrás, na abolição da escravatura, com a de 137 anos no futuro para discutir a ascensão social de pessoas negras no Brasil.
O episódio desta quinta-feira (20) analisa como ficar rico virou uma ferramenta de sobrevivência para os 56% dos brasileiros que convivem com o racismo. As conversas são com o professor da Universidade Federal do ABC Flávio Thales Ribeiro, autor de “Metamorfoses do Racismo”, e com a escritora e jornalista Eliana Alves Cruz, autora do romance “Meridiana”. Os dois livros são publicados pela Companhia das Letras.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelas jornalistas Gabriela Mayer, Gustavo Simon e Gustavo Luiz, com roteiro de Gustavo Luiz. A produção é de Laura Lewer e Lucas Monteiro. A edição de som é de Thomé Granemann.
