segunda-feira, dezembro 1, 2025

Tinta de tatuagem afeta sistema imunológico, diz estudo – 01/12/2025 – Equilíbrio e Saúde

A tinta de tatuagem não fica inerte na pele. Uma nova pesquisa mostrou que ela se move rapidamente para o sistema linfático, onde pode persistir por meses, matar células imunológicas e até interromper a resposta do corpo às vacinas.

Cientistas na Suíça usaram um camundongo para rastrear o que acontece no organismo após a tatuagem. Os pigmentos atingiram linfonodos próximos em minutos e continuaram a se acumular por dois meses, desencadeando morte celular imunológica e inflamação persistente.

A tinta também enfraqueceu a resposta de anticorpos à vacina contra a Covid-19 da Pfizer-BioNTech quando a injeção foi administrada na pele tatuada. Por outro lado, a inflamação desencadeada pareceu aumentar as respostas a uma vacina inativada contra a gripe.

As descobertas, publicadas no periódico PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences), aguçam uma questão de saúde pública. Uma pesquisa do Pew Research de 2023 estimou que 32% dos adultos americanos têm pelo menos uma tatuagem, e 22% têm várias delas.

Os pesquisadores da Università della Svizzera italiana em Bellinzona dizem que os resultados apontam para a necessidade de testes toxicológicos mais rigorosos e supervisão mais estrita das substâncias presentes na tinta de tatuagem, que enfrentam regulamentação muito mais frouxa do que produtos médicos.

“Este trabalho representa o estudo mais extenso até o momento sobre o efeito da tinta de tatuagem na resposta imunológica e levanta sérias preocupações de saúde associadas à prática da tatuagem”, afirmam os pesquisadores. “Nosso trabalho ressalta a necessidade de mais pesquisas para informar políticas de saúde pública e estruturas regulatórias sobre a segurança das tintas de tatuagem.”

O estudo não mostra, porém, se efeitos semelhantes no sistema imunológico ocorrem em pessoas —isso não foi testado. Mas sinaliza riscos claros. Pigmentos têm sido documentados há muito tempo em linfonodos humanos, e as descobertas em camundongos espelham o que foi observado tanto em humanos quanto em primatas.

Um estudo sueco de 2024 com quase 12 mil pessoas descobriu que indivíduos tatuados tinham um risco 21% maior de desenvolver linfoma maligno do que aqueles sem tinta, com as associações mais fortes aparecendo nos primeiros dois anos após fazer uma tatuagem e novamente mais de uma década depois. O risco elevado abrangeu os principais tipos de linfoma —tanto formas agressivas, como o linfoma difuso de grandes células B, quanto as de crescimento mais lento, como o linfoma folicular.

Um estudo dinamarquês realizado com gêmeos, publicado em janeiro, relatou padrões semelhantes. Participantes tatuados tinham riscos mais altos de desenvolver câncer de pele —incluindo melanoma e carcinoma de células escamosas—, bem como linfoma, com perigos aumentando ainda mais para tatuagens maiores que uma palma. Em um braço do estudo, tatuagens grandes foram associadas a um risco 2,7 vezes maior de linfoma e mais que o dobro do risco de câncer de pele.

Pesquisadores de ambos os países dizem que as evidências acumuladas merecem investigação mais profunda, especialmente porque pigmentos como o negro de carbono, os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos e os corantes azoicos são conhecidos por migrar para os linfonodos e lá permanecer por anos.

Autor Original

Destaques da Semana

Curitiba é eleita a segunda melhor cidade do Brasil em 2025

Curitiba foi escolhida como segunda melhor cidade...

Por que 52% dos Brasileiros Não Têm Reservas

Metade dos brasileiros vive sem nenhuma reserva financeira, aponta...

Veja o horário de Natal das lojas do comércio de Ponta Grossa em 2025

Calçadão de Ponta Grossa Prefeitura/Divulgação As...

o que a prisão de Bolsonaro revela sobre nós?

No "Saideira", Paulo Polzonoff recebe Francisco Escorsim e Paulo...

Temas

Artigos Relacionados

Categorias mais Procuradas

spot_imgspot_img