Pelo menos duas pessoas morreram nas Filipinas neste domingo (9) como consequência da chegada do supertufão Fung-wong às regiões central e leste do país.
Mais de um milhão de pessoas deixaram suas casas preventivamente antes que a tempestade atingisse outras províncias na noite de domingo, no horário local.
O Fung-wong é a 21ª tempestade a atingir a região neste ano e ameaça sobrecarregar ainda mais o país, que ainda se recupera da passagem do tufão Kalmaegi há cinco dias, deixando 224 pessoas mortas.
O tufão deve seguir para noroeste a partir de segunda-feira (10) e depois para norte na terça (11), mantendo a intensidade de tufão, informou o serviço meteorológico. Na quarta-feira (12), a previsão é de que se mova em direção a Taiwan, perdendo força antes de atingir sua costa.
No início da manhã de domingo, a ilha de Catanduanes já estava sob ventos e chuvas torrenciais, com ondas invadindo as ruas e áreas alagadas.
“As pessoas estão sentindo o impacto do tufão em Catanduanes porque o olho da tempestade está mais próximo dali”, disse Rafaelito Alejandro, membro da Defesa Civil. Ele confirmou que quase 1,2 milhão de pessoas em todo o país tiveram que deixar suas casas de forma preventiva.
“As ondas começaram a quebrar por volta das 7h. Parecia que o chão estava tremendo”, disse Edson Casarino, 33, morador da cidade de Virac, em Catanduanes.
No sábado, a ilha correu para se preparar para a tempestade, com moradores amarrando suas casas com cordas e colocando pesos nos telhados.
“Eles seguiram nossa tradição de amarrar os telhados com cordas grossas e ancorar as estruturas no chão, para que não sejam arrancadas pelo vento”, disse Roberto Monterola, oficial de resgate provincial, à AFP.
O socorrista Juniel Tagarino, na cidade de Catbalogan, disse à agência de notícias AFP que o corpo de uma mulher de 64 anos, que tentava deixar a área, foi retirado de escombros e árvores caídas.
“Na noite passada, o vento estava muito forte e a chuva, intensa. Segundo seus familiares, ela pode ter esquecido algo e voltado para dentro de casa”, disse Tagarino, acrescentando que sua família estava a apenas 50 metros quando ela desapareceu.
Na província de Aurora, o funcionário público Aries Ora, 34, protegia sua casa na cidade de Dipaculao com chapas de aço e tábuas de madeira enquanto a chuva ainda estava fraca. “O que assusta é a previsão do tufão tocar o solo à noite. Ao contrário de tufões anteriores, não conseguiremos ver o movimento do vento e o que está acontecendo ao nosso redor.”
Escolas e repartições estarão fechadas na segunda (10) em toda a ilha principal de Luzon, incluindo a capital Manila, onde quase 300 voos foram cancelados.
Um vídeo mostrou uma igreja na cidade cercada por águas que chegaram até a metade da parede de entrada. Inundações também foram registradas na região de Bicol, no sul de Luzon.
Em Guinobatan, uma cidade com cerca de 80 mil habitantes na província de Albay, na mesma região, vídeos mostravam ruas tomadas por torrente de águas.
O tufão Fung-wong deve trazer pelo menos 200 milímetros de chuva em diversas regiões do país, de acordo com meteorologistas do governo.
Tempestades estão se tornando mais intensas devido às mudanças climáticas. O aquecimento dos oceanos permite que os tufões se intensifiquem rapidamente, e uma atmosfera mais quente retém mais umidade, o que resulta em chuvas mais fortes.
Poucos dias antes, o tufão Kalmaegi provocou enchentes que atingiram cidades e vilas das ilhas de Cebu e Negros, arrastando carros, barracos ribeirinhos e enormes contêineres. O tufão matou pelo menos 224 pessoas e deixou 109 desaparecidas, de acordo com dados do governo atualizados.




